Espírito Santo

Alcântaro Filho propõe união de Pazolini e Arnaldinho contra Ricardo Ferraço

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Em pleno aquecimento para 2026, o deputado estadual Alcântaro Filho (Republicanos) resolveu mexer nas peças do tabuleiro e soltou uma proposta que, no mínimo, dá o que falar: juntar no mesmo palanque dois pré-candidatos ao governo que hoje estão em campos opostos: Lorenzo Pazolini, prefeito de Vitória e adversário declarado do governador Renato Casagrande, e Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha e aliado de primeira hora do Palácio Anchieta.

A proposta soa improvável no cenário atual, principalmente porque Arnaldinho é aliado de primeira hora do governador Renato Casagrande, enquanto Pazolini mantém postura firme de oposição. Ainda assim, Alcântaro garante que a articulação tem simpatizantes, inclusive dentro do Republicanos:

“Meu desejo é que os dois caminhem juntos numa frente de renovação. Não sei qual dos dois será candidato, mas acredito na união. O que tenho ouvido é que isso é possível, e eu acredito nisso”, afirma o deputado.

Para o parlamentar, a aliança significaria não só um afastamento de Arnaldinho do grupo de Casagrande, como também um golpe certeiro na pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) – alvo principal das críticas de Alcântaro Filho.

O deputado acusa Ricardo Ferraço de antecipar demais a disputa e usar a máquina estadual em benefício próprio. No plenário da Assembleia Legislativa, ele disse ter recebido relatos de prefeitos pressionados a declarar apoio ao vice-governador:

“Ricardo não está bem nas pesquisas e, mesmo assim, há um uso desproporcional e desarrazoado da estrutura do Estado para empurrar sua candidatura. Defendo a renovação e, mais do que isso, a lisura no processo”, disparou ele.

Ao falar em “traumas antigos” de Ferraço, Alcântaro resgatou 2010, quando o então vice-governador foi preterido por Paulo Hartung na sucessão e acabou disputando o Senado, sendo o mais votado de todos os tempos no Espírito Santo.

Evangélico e integrante da ala conservadora da Assembleia – a chamada “bancada da Bíblia” –, Alcântaro mantém diálogo com o governo, especialmente em temas de interesse de Aracruz, mas vota contra Casagrande em pautas ligadas a costumes e princípios religiosos.

Dentro da bancada do Republicanos, a tese de união entre Pazolini e Arnaldinho divide opiniões: Pablo Muribeca é aliado fiel do prefeito da Capital e crítico feroz de Arnaldinho; Sérgio Meneguelli prefere atuar isoladamente; Bispo Alves tem boa relação com o governo; e Hudson Leal, mesmo reaproximado do Palácio Anchieta, garante que onde estiver Pazolini, ele estará do lado oposto.

Nesse cenário fragmentado, a movimentação de Alcântaro pode ser vista tanto como um aceno estratégico, quanto como um convite para um racha interno antes mesmo da largada oficial da corrida.

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