Em tempos de desinformação, polarização e crise de confiança nas instituições, a comunicação deixou de ser um simples suporte para a política e passou a ser, ela mesma, um tema central da gestão pública. A forma como governos e gestores dialogam com a população impacta diretamente a democracia, a participação cidadã e a eficácia das políticas públicas.
A comunicação institucional deve servir como um canal de diálogo contínuo, informando a população sobre seus direitos, os serviços disponíveis e os desafios enfrentados pela administração pública. Uma comunicação eficaz reduz a desconfiança e promove o engajamento da sociedade nas decisões políticas. Para isto é preciso criar ferramentas e ações de interação.
A desinformação se tornou um dos maiores desafios do nosso tempo. Em um cenário onde fake news se espalham mais rápido do que os fatos, cabe ao poder público garantir canais oficiais acessíveis, confiáveis e transparentes. Isso não significa apenas divulgar dados, mas apresentá-los de forma compreensível e atrativa para diferentes públicos. A linguagem burocrática e os relatórios extensos precisam ser traduzidos para formatos mais acessíveis, como vídeos curtos, infográficos e campanhas interativas.
Além disso, políticas públicas de comunicação devem incluir mecanismos de checagem e resposta rápida à desinformação, fortalecendo parcerias com a mídia e plataformas digitais para garantir que a verdade tenha espaço no debate público.
A comunicação não pode ser um setor isolado dentro da administração pública; ela precisa ser integrada à estratégia de governança. As gestões devem tratar a comunicação como parte do planejamento estratégico, garantindo que ela esteja alinhada com as demais políticas públicas.
Além disso, o investimento em profissionais qualificados e tecnologia é essencial. Hoje, não basta apenas divulgar informações; é preciso monitorar percepções, ouvir a população e ajustar estratégias com base em dados reais. Governos que não compreendem isso perdem oportunidades de engajamento e enfrentam crises desnecessárias.
O setor que normalmente era “deixado de lado”, hoje passa a ser peça fundamental para o sucesso de uma gestão.
Por Roberto Velasco, Publicitário e Especialista em Marketing Político e Comunicação Pública