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O desafio da reconstrução: política, responsabilidade fiscal e o futuro de Marataízes

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Primeiramente, gostaria de iniciar esta nota citando os filósofos gregos Aristóteles e Platão, frisando a política como um importante instrumento de diálogo para a construção de consensos e a superação de conflitos.

A política propicia a conversão da disputa destrutiva em disputa construtiva. Permite a passagem do conflito paralisante para o conflito construtor.

Hoje (30), às 19h, no Rotary Club, a atual administração da Prefeitura Municipal de Marataízes, sob a liderança do prefeito Toninho, realizará o primeiro evento público de prestação de contas desta instituição municipal para toda a sociedade, após quase uma década de gestão por um mesmo grupo político.

A cidade nunca vivenciou uma guerra de narrativas como agora, semanas antes de um evento que, por muitos anos, foi irrelevante e insignificante para o cidadão mais simples desta terra.

O temor diante dos números que serão apresentados fez com que o gestor anterior viesse a público se justificar, negando a veracidade do que vem sendo divulgado e comentado nos bastidores da política local.

Porém, se a palavra convence e o exemplo arrasta, os números são exatos.

Se amanhã fosse o lançamento de um filme, seu título poderia ser: “O Populismo Fiscal e Social – Do Auge à Queda”.

Mas será apenas nesta noite que conheceremos a dimensão desse drama, pois as expectativas são grandes. E, se o que a população assistiu foi apenas um trailer nos últimos anos, posso garantir que a repercussão no after day não será uma premiação, mas sim uma recuperação.

A recuperação da confiança da população, para que seja possível a recuperação fiscal e social.

Precisaremos ter paciência, pois é devagar que vamos aprendendo e entendendo que responsabilidade fiscal não é contraditória com responsabilidade social — muito pelo contrário.

É a responsabilidade fiscal que permite a responsabilidade social. Se não realizarmos, o quanto antes, um programa de ajuste fiscal, antes que os serviços públicos do município entrem em colapso, reviveremos situações críticas e memoráveis vividas por municípios vizinhos.

E quando os serviços públicos estão descontinuados, quem mais sofre? Os pobres, que são os principais usuários desses serviços.

Temos diante de nós a possibilidade de viver a pior recessão da história política desta cidade. Sem um ajuste nas contas públicas e um planejamento estratégico bem elaborado, o impacto poderá ser devastador na saúde, na educação, na assistência social e nos índices de desemprego — algo nunca antes visto neste litoral.

Como sociedade, precisamos parar de olhar para o umbigo ou para o dedão do pé. Precisamos olhar para o horizonte, onde está o nosso futuro, onde estão as futuras gerações. Precisamos olhar menos para nós mesmos e mais para o coletivo.

O motorista não é mais importante que o passageiro. Ele pode conduzir, mas na administração pública é o povo quem decide para onde ir!

Gostaria de citar as palavras de um ilustre líder político do nosso país, o ex-governador de São Paulo, Franco Montoro. Ele afirmou que coisas importantes devem ser repetidas para que penetrem na vida da sociedade.

Portanto, volto a frisar: eu não acredito em ação individual. Eu não acredito no “eu”. Minhas crenças são marcadas pela ação coletiva. Não estão ligadas ao personalismo nem ao individualismo. O “eu” sozinho não faz diferença, mas o “nós” e a capacidade de união e mobilização fazem.

“Eu acredito em time” é uma expressão americana. “Eu acredito em equipe” — essa é a nossa expressão brasileira.

Não conheço nenhuma obra relevante na caminhada civilizatória da humanidade que tenha sido feita por uma única pessoa. As grandes obras e ações são sempre realizadas coletivamente.

Meu pai — Geredys, há 30 anos acreditando e investindo nesta cidade — certa vez me disse: “Meu filho, se você vai enfrentar uma tarefa desafiadora, não vá sozinho. Arregimente boas companhias e boas parcerias para enfrentá-la.”

Senhoras e senhores, ao falar em crise, recupero aqui uma citação do escritor russo Leon Tolstói sobre a direção que devemos dar aos nossos olhares, mesmo — e principalmente — em tempos difíceis:

“O lugar que ocupamos é menos importante do que aquele para o qual nos dirigimos.”

Ou seja, a crise e seus desafios não devem nos impedir de seguir em frente com nosso projeto de caminhada e com a realização de ações inovadoras.

É olhando para o futuro — cujas bases estamos construindo neste exato momento — que finalizo, propondo algumas reflexões sobre a atualidade.

É preciso estarmos absolutamente atentos ao fato de que o mundo está mudando — e mudará em ritmo cada vez mais rápido — com repercussões em todos os âmbitos da vida, inclusive na política e na ação institucional republicana e democrática.

Lembro aqui o presidente Barack Obama, em seu último discurso sobre o Estado da União: vivemos uma era de “mudanças extraordinárias” que viabilizam, ao mesmo tempo, “avanços assombrosos” e “perturbações econômicas”; educação à distância, mas também terrorismo globalmente conectado. Mudanças que podem “ampliar oportunidades ou expandir desigualdades”. “E, gostemos disso ou não, o ritmo dessas mudanças só vai se intensificar”, afirmou Obama.

Nesse cenário de convulsivas transformações, precisamos agir para superar os desafios e trabalhar para que essas mudanças tragam melhorias reais para todos.

Enfatizo a importância fundamental do diálogo, que é a base da política — atividade tão bem definida por Hannah Arendt como “um meio para alcançarmos um fim mais elevado”.

Bora, Toninho!

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