O Flip Boat Club é um clube de embarcações em multipropriedade, um sistema que combina propriedade compartilhada com gestão profissional, fundado em 2022 com o objetivo de democratizar a experiência náutica. A empresa está presente em sete cidades brasileiras: Itajaí (SC), Florianópolis (SC), Guarujá (SP), Ubatuba (SP), Paraty (RJ), Angra dos Reis (RJ) e Salvador (BA), contando 26 embarcações e 170 cotistas.
O clube busca fortalecer a comunidade náutica por meio de eventos, além do suporte na aquisição e administração de embarcações. O serviço de gestão de embarcações compartilhadas disponibiliza cotas aos associados, que dão direito de uso ao longo do ano em veleiros oceânicos, catamarãs e lanchas.
Othon Barcellos, CEO e fundador do Flip Boat Club, esclarece as principais diferenças em relação à posse tradicional de um barco. “Em formato de economia colaborativa, o sistema da Flip Boat Club permite adquirir uma embarcação pela fração de seu valor de mercado e o rateio de todas as despesas pelo número de cotas”, explica.
Segundo o empresário, o sistema possibilita que os proprietários utilizem em modo exclusivo os barcos, de 45 a 90 dias por ano, em períodos de um a dez dias, por meio de agendamento de datas pelo aplicativo Flip Boat Club. “É possível ser cotista de lanchas e veleiros em diferentes localidades, com barcos de quatro, seis ou oito cotas. Cada cotista pode adquirir até duas cotas no mesmo barco ou cotas diversas em vários barcos”, pontua.
O CEO explica que a Flip é responsável pela gestão do barco, regras de uso, vistorias, limpeza e manutenção, por meio de um sistema de condomínio participativo. “Fazemos a gestão financeira, criando uma conta específica de cada barco e fazendo o rateio das despesas exatamente como um condomínio”, conta.
A empresa dispõe de veleiros de 30 a 47 pés, catamarãs de 43 a 80 pés e lanchas de 24 a 60 pés. Barcellos detalha como é feita a gestão e manutenção das embarcações. “Todos os barcos tem um plano de manutenção programada e cada cotista ao entregar o barco informa, pelo aplicativo, as ocorrências de não conformidade identificadas para que nossas equipes atuem prontamente.
Conforme destaca o empresário, alguns treinamentos obrigatórios estão incluídos em contrato, cotistas sem experiência em navegação são orientados a se capacitarem. Após se habilitar e capacitar, para que possa conduzir a embarcação, o novo associado passa por uma avaliação e é sempre exigida a habilitação náutica válida e atualizada.
O Flip Boat Club também disponibiliza marinheiros credenciados para os treinamentos e para conduzir a embarcação quando o cotista não está apto ou opta por não assumir a condução. Em alguns barcos de porte maiores é obrigatório a condução pelos marinheiros da embarcação.
Comunidade náutica de embarcações de lazer
A empresa de embarcações de lazer de uso compartilhado organiza diferentes modalidades de eventos e experiências para os cotistas anualmente, como a confraternização de fim de ano Flip Festa, Flip Expedition Cabo Horn e Geleiras dos Fiordes Chilenos que ocorreu em 2023 e 2024, a Flip Show Salvador, evento com palestras e apresentação de barcos Flip e participação da regata Recife–Fernando de Noronha (Refeno), em 2024 e 2025.
Entre outros eventos que integram a programação, estão a Flip Experience Abrolhos e Baleias e o Flip Show Guarujá, evento com palestras e apresentação de barcos, ambos previstos para agosto de 2025. Além disso, a empresa participou da Flotilha de chegada de volta ao mundo dos Irmãos Katoosh e as Regatas, Regata Ubatuba – Ilhabela, Semana Internacional de Vela em Ilhabela e Regata do Bracuhy.
“Em 2025, nossa participação na Refeno será com dois barcos, um deles com tripulação 100% feminina. Os ‘flippers’ formam uma grande comunidade onde criam novas amizades, compartilham experiências e participam de inúmeros eventos que realizamos todos os anos”, afirma Barcellos.
Para o CEO do Flip Boat Club, o crescimento do conceito de uso compartilhado no setor náutico no Brasil tem potencial de expansão. “O conceito de economia colaborativa vem se ampliando em todo mundo, é uma tendência forte principalmente para as novas gerações. Empresas de barcos compartilhados nos Estados Unidos possuem mais de 2 mil embarcações em mais de 400 marinas e mais de 20 mil cotistas”, revela.
O empresário observa o cenário internacional e vê um caminho semelhante para o mercado nacional. “Pelo conceito tradicional de aquisição de barcos, o Brasil atingiu 350 mil embarcações de lazer. Com o conceito de uso compartilhado, acreditamos que este número de embarcações poderá dobrar em dez anos, com forte participação de empresas de barcos compartilhados”, prospecta o CEO.
De acordo com dados divulgados pelo portal Mercado e Eventos, o turismo náutico representa 0,12% do PIB brasileiro e especialistas estimam que, com incentivos, a contribuição do segmento para economia nacional pode ser 20 vezes maior.
