Em um ambiente econômico caracterizado por oscilações e mudanças constantes, empresas de diferentes setores têm reforçado a importância do planejamento tributário como parte da estratégia de negócio. No Brasil, onde a carga tributária é elevada e a legislação sofre alterações frequentes, essa prática deixou de ser opcional e passou a representar um mecanismo essencial de gestão e proteção financeira.
Recentes alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), implementado, suspenso e posteriormente retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em um curto intervalo, exemplificam o dinamismo do sistema tributário brasileiro. Nesse contexto, passa a ser interessante adotar medidas preventivas e estruturadas, que permitam que as companhias respondam rapidamente às mudanças e reduzam impactos sobre suas operações.
Segundo o advogado tributarista Dr. Ivson Coêlho, “o planejamento estratégico vai além da busca por economia fiscal: ele contribui para a melhoria do fluxo de caixa, o aumento da competitividade e a criação de uma barreira de proteção contra crises e alterações legislativas”.
Entre as práticas mais adotadas pelas empresas, o advogado cita a análise detalhada do regime tributário mais adequado, a identificação de incentivos fiscais regionais, a revisão da estrutura societária e a antecipação de impactos de possíveis reformas. “Essas ações contribuem para que organizações enfrentem períodos de retração econômica sem comprometer a sustentabilidade do negócio“, contextualiza.
Outro elemento central nessa estratégia, segundo Coêlho, é o monitoramento constante dos indicadores fiscais. “Companhias que acompanham de perto esses dados conseguem detectar oportunidades de economia e ajustar processos com agilidade e precisão, elevando a eficiência operacional“, afirma.
A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais relevante nesse cenário. A automação de processos fiscais e a integração de sistemas reduzem falhas, minimizam retrabalho e permitem o cruzamento de dados em tempo real. “Esses recursos proporcionam maior visibilidade sobre a operação e liberam as equipes para atuarem de maneira mais estratégica, mesmo em estruturas enxutas ou com orçamentos limitados”, explica Coêlho.
Além de ferramentas tecnológicas, a criação de uma cultura fiscal sólida dentro das organizações é considerada fundamental. “O alinhamento entre os departamentos de contabilidade, finanças e fiscal, aliado a programas contínuos de capacitação e ao acompanhamento próximo das mudanças legislativas, fortalece a conformidade e melhora a capacidade de antecipação de riscos“, continua.
De acordo com Coêlho, “o planejamento tributário estratégico deve ser encarado não apenas como um instrumento de conformidade, mas como parte central da estratégia empresarial. Empresas que integram a gestão tributária ao planejamento corporativo conseguem reduzir custos, fortalecer sua posição no mercado e transformar a instabilidade em oportunidades de crescimento”.
