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Leonardo Santos destaca valor da liderança humana no esporte

Ter uma liderança humana pode fazer a diferença na carreira de jovens atletas que deixam suas casas para seguir carreira esportiva em outras cidades, estados e até em outros países, afirma Leonardo Muller dos Santos⁠

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Leonardo Santos destaca valor da liderança humana no esporte

Preparo, condicionamento físico e habilidades técnicas. Essas são preocupações frequentes na vida de atletas, sejam eles adultos já profissionais ou jovens em categorias de base. Além desses tópicos, há ainda um outro que também é alvo de atenção nos mais diferentes esportes: a liderança.

Como afirma Leonardo Muller dos Santos⁠, que atuou como assistente de coach no futebol universitário norte-americano, existem diferenças entre liderar tecnicamente e humanamente um grupo de atletas. O primeiro tipo é conduzir com base no conhecimento do jogo, nas táticas, na metodologia e na performance. Já liderar humanamente é enxergar o atleta além da sua performance, reconhecendo emoções, inseguranças e motivações.

"A liderança técnica ensina o que fazer; já a liderança humana ensina o por que nós fazemos o que fazemos. Quando esses dois tipos de liderança caminham em concordância, o atleta não apenas executa melhor, mas entende o propósito por trás de cada ação, e isso gera comprometimento genuíno", afirma Santos, que tem mestrado em Ethical Leadership (Liderança Ética) pela St. Thomas University, localizada em Miami, nos Estados Unidos.

Ele destaca a importância da comunicação e da escuta na construção de uma liderança que inspira confiança e comprometimento. Na sua visão, só há uma comunicação eficaz quando existe escuta ativa, ou seja, quando o líder está disposto a entender antes de responder. No ambiente esportivo, onde a pressão é constante, o atleta precisa sentir que pode ser ouvido e que seu líder realmente se importa. A escuta ativa permite personalizar a orientação, fortalecer a confiança e criar um ambiente em que cada jogador se sente parte do processo, não apenas um executante, explica Santos.

Santos ressalta que ter uma boa liderança pode fazer a diferença na carreira de jovens atletas que deixam suas casas muito cedo para seguir carreira esportiva em outras cidades, estados e até em outros países. Esse processo traz desafios emocionais e comportamentais que precisam ser considerados.

"O maior desafio é lidar com a solidão e a falta de referência. Nenhum jovem foi criado para crescer longe de seu lar, mas é um dos sacrifícios que a grande maioria dos atletas precisa fazer. Quando um jovem deixa sua casa, ele não perde apenas o convívio familiar, ele perde parte da estrutura emocional. Isso se reflete em insegurança, dificuldade em lidar com erros e, às vezes, em comportamentos impulsivos", comenta Santos.

"Por isso, o papel do treinador vai muito além do esporte em si: ele se torna um pilar de estabilidade. É fundamental oferecer direção e afeto na medida certa (firmeza com empatia) para que o atleta cresça emocionalmente junto com o seu desenvolvimento técnico", complementa.

Santos diz acreditar em orientar, não em controlar os seus liderados. Para ele, isso significa oferecer clareza nos objetivos, mas permitir que o atleta possa expressar as suas características em tomadas de decisões.

Durante sua atuação como treinador assistente na Oklahoma Wesleyan University (2019-2021), Santos desenvolveu e implementou um sistema de relatórios de progresso e planos personalizados para cada indivíduo, metodologia que contribuiu a atletas serem recrutados por times profissionais, continuando sua carreira no esporte. "A ideia é que o atleta saiba onde está e onde quer chegar, mas também entenda que tem o suporte necessário para evoluir. A autonomia só floresce quando há clareza e sentimento de segurança", ressalta Santos.

"A liderança verdadeira forma pessoas antes de formar atletas. O treinador tem a oportunidade, e a responsabilidade, de moldar caráter. Quando mostramos que valores como disciplina, humildade e empatia são tão importantes quanto técnica e performance, estamos preparando indivíduos que levarão esses princípios para todas as áreas da vida. Um bom líder esportivo não busca apenas criar bons jogadores, mas cidadãos que inspiram os outros pelo exemplo, e que vão carregar isso mesmo depois de suas carreiras como atletas", destaca Santos.

Santos menciona também o papel do esporte como ferramenta de transformação de vidas. Ele lembra que um estudo da Universidade do Sul da Austrália apontou que a prática de atividades extracurriculares traz maior bem-estar para as crianças. No estudo repercutido pela Revista Crescer, 15% dos alunos que praticavam esportes se sentiam mais otimistas e 14% se mostraram mais felizes e satisfeitos com a vida.

"O fundamental é encorajar aqueles que possuem uma posição de liderança no esporte para que entendam que o verdadeiro sucesso não está apenas no resultado, mas em ajudar atletas no processo de se tornarem melhores todos os dias. Liderar é servir, e servir é o que dá sentido a todo o resto", afirma Santos.

Para Santos, sua visão reflete uma tendência crescente no esporte de alto rendimento: valorizar o bem-estar e a formação integral do atleta tanto quanto o desempenho técnico. Seu trabalho como assistente técnico contribuiu para um novo paradigma na formação esportiva universitária nos Estados Unidos.

Sobre Leonardo Santos

Leonardo Santos chegou aos Estados Unidos em 2016 aos 18 anos como estudante atleta e possui formação acadêmica com mestrado em Ethical Leadership pela St. Thomas University. Após a carreira como jogador, foi nomeado treinador assistente (Graduate Assistant Coach) na mesma instituição entre 2019 e 2021. Além disso, foi campeão da KCAC Conference Championship (2019), bicampeão de Conferência como atleta pela Oklahoma Wesleyan University (2018–2019) e finalista do Campeonato Nacional da NAIA (2019) como treinador assistente.

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