O município de Marataízes, no litoral do Espírito Santo, foi destaque no site da Organização Mundial da Saúde (OMS) por seu programa de prevenção de afogamentos. O programa, realizado pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), tem como objetivo educar o público sobre os riscos de afogamento e promover comportamentos seguros na água.
O programa é composto por diversas atividades, como palestras, oficinas e campanhas de conscientização. Uma das principais atividades é o “Kim na Escola”, que ensina crianças sobre segurança aquática.
Luciano “Luke” Messias, salva-vidas de Marataízes e Gerente do Programa de Prevenção de Afogamentos da SOBRASA, afirma que o programa tem sido um sucesso. “Após participarem do programa, as crianças mudaram seus comportamentos aquáticos, reconhecendo melhor os riscos”, disse. “O programa também impactou as famílias, pois as crianças acabaram sendo replicadores do conhecimento aprendido”.
A OMS elogiou o programa de Marataízes por ser eficaz na redução do número de afogamentos. “O programa de Marataízes é um exemplo de como a educação e a conscientização podem ajudar a salvar vidas”, disse Dr. David Szpilman, Secretário-Geral da SOBRASA.
O programa de Marataízes é um modelo para outras cidades brasileiras e de todo o mundo. Ele mostra que é possível reduzir o número de afogamentos com educação e conscientização.
Brasil é abençoado com abundantes recursos hídricos, mas há muito tempo luta contra as consequências trágicas do afogamento. Todos os dias, uma média de 16 brasileiros perdem a vida por afogamento, sendo crianças e jovens adultos particularmente vulneráveis. O município de Marataízes, ao longo do Oceano Atlântico, era um dos locais onde o afogamento ocorria com frequência. No entanto, as coisas mudaram agora.
Luke Luciano é salva-vidas e gerente de programa de prevenção de afogamentos da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA), organização que tem como missão educar o público e prevenir afogamentos. Para ele, as mudanças nos últimos 12 anos foram notáveis. A SOBRASA auxilia as autoridades locais na identificação de riscos de afogamento e no desenvolvimento de planos de prevenção personalizados. Eles oferecem suporte técnico gratuito a entidades públicas e privadas responsáveis por áreas como piscinas públicas, lagos de parques nacionais e vias navegáveis utilizadas por barcos.
De acordo com Luke, as pessoas mudaram seu comportamento em torno da água no município, e também há mudanças sociais mais amplas. “Depois de participar de nosso programa fundamental de segurança aquática escolar chamado Kim na Escola, as crianças mudaram seu comportamento em torno da água, reconhecendo melhor os riscos”, diz Luke. “O programa também impactou as famílias, pois as crianças levaram para casa nossos quadrinhos de prevenção de afogamento com muitas dicas para se manter seguro perto da água. Nossos programas de educação trouxeram ótimos resultados ao longo dos anos.”
O Brasil tem um dos maiores números de salva-vidas do mundo, mas esses salva-vidas não cobrem mais de 30% dos ambientes aquáticos de lazer. Ampliar a cobertura de salva-vidas isoladamente não seria uma abordagem estratégica para enfrentar o problema de forma abrangente. Em vez disso, a SOBRASA elaborou uma estratégia focada na educação do público sobre segurança aquática, aumentando a conscientização sobre os riscos associados a diversos ambientes aquáticos e promovendo o comportamento responsável perto de corpos d’água.
Ao longo de 27 anos, a SOBRASA desenvolveu programas de prevenção de afogamentos voltados para indivíduos de todas as idades e origens.
Por meio de sessões interativas envolvendo teatro, desenhos animados, quadrinhos e apresentações de professores, atletas e salva-vidas, a SOBRASA desenvolveu um programa voltado para crianças do ensino fundamental entre 6 e 9 anos, proporcionando-lhes conhecimentos e habilidades relacionadas à segurança aquática.
Reconhecendo que os surfistas estão frequentemente envolvidos em resgates aquáticos, a SOBRASA focou-se em ensinar aos surfistas técnicas básicas de prevenção de afogamento, métodos de resgate com uso de pranchas de surfe e primeiros socorros. Com a participação de cerca de 60 surfistas por ano, esta iniciativa atingiu um total de 8.345 pessoas ao longo dos anos.
Destinado a profissionais da saúde, instrutores de educação física, atletas aquáticos, pais e pessoas interessadas no assunto, a SOBRASA ministrou cursos de prevenção de afogamentos, técnicas de resgate seguro e reanimação.