O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que mais de 155 milhões de pessoas possuem celular para uso pessoal no Brasil. Quando o assunto é o tempo médio de uso do aparelho, os números também são expressivos: os brasileiros são os que passam mais tempo por dia no celular, de acordo com o relatório da consultoria AppAnnie. Com tanto acesso, um detalhe tem chamado a atenção: o uso prolongado desses dispositivos pode ter um impacto negativo na saúde dos olhos.
“O uso excessivo de telas pode levar a uma série de problemas oculares, como a síndrome do olho seco, fadiga visual e até mesmo a miopia. Além disso, as telas emitem uma luz azul, que é prejudicial aos nossos olhos, ela pode levar a uma degeneração da retina, que é responsável pela nossa visão central e aguda” informa o oftalmologista da Unimed Sul Capixaba, Eduardo Abib.
Diante de um mundo cada vez mais conectado, não há como abrir mão dos recursos digitais, por isso, o especialista recomenda fazer pausas regulares durante o uso de telas, olhar para objetos distantes para relaxar os olhos e manter a tela a uma distância de pelo menos 50 centímetros dos olhos.
“A realização de exames oftalmológicos regulares também é fundamental para identificar precocemente qualquer problema de visão e prevenir sua evolução. Muitas doenças oculares têm tratamento eficaz, mas é importante que sejam detectadas o quanto antes”, conta.
De olho nas crianças e jovens
Celulares, tablets, videogames e TVs. As crianças e jovens não vivem mais sem os meios digitais. Por isso, também são vítimas deles quando o assunto são os prejuízos para os olhos. Um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostrou um aumento de 70% nos casos de miopia entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos a partir de 2020. Os especialistas consultados sobre os dados foram categóricos: a causa principal é a exposição aumentada dos jovens às telas de equipamentos eletrônicos.
“A miopia é um distúrbio visual que se caracteriza pela dificuldade de enxergar objetos ou fazer leituras distantes. Em indivíduos com visão normal, os raios de luz entram no olho pela córnea, e, ao alcançarem a retina, convergem em um ponto único, formando uma imagem clara. Os míopes têm a imagem formada antes da retina, o que resulta em uma visão embaçada para objetos distantes” explica o oftalmologista da Unimed Sul Capixaba, Eduardo Abib.
Na escola, o prejuízo é certo. Após a divulgação de dados da OMS (Organização Mundial da saúde) que mostraram que a falta de óculos é uma importante causa de queda no aprendizado, uma pesquisa realizada na rede municipal de Campinas (SP) envolvendo 36 mil estudantes, seus pais e professores mostrou que após um ano usando óculos, 50% das crianças tiveram melhora no rendimento, 57% ficaram mais concentrados nas aulas e quase 40% ficaram menos agitadas.
A Unimed Sul Capixaba conta com um Programa que atua para beneficiar crianças e adolescentes da rede pública de ensino da região Sul que precisam de atendimento oftalmológico. Além da consulta, a ação também prevê a doação dos óculos. O Programa Vi Ver é coordenado pelo Núcleo Feminino Cooperativista da Unimed Sul Capixaba, que é formado por cooperadas, esposas de cooperados e colaboradoras da operadora.
As atividades do programa envolvem a capacitação de professores, para que eles realizem teste de acuidade visual nos alunos nas escolas, consultas com oftalmologistas cooperados que atuam voluntariamente e a doação dos óculos, adquiridos por meio da realização de brechós solidários promovidos pelo Núcleo.