A disponibilidade de água de qualidade e em quantidade suficiente para as atividades do dia a dia é uma preocupação comum entre a população. O próprio aumento da demanda de água, muitas vezes provocado pelo crescimento populacional, e as mudanças climáticas são alguns dos fatores de risco para a segurança hídrica. Por isso, para que a água esteja disponível todos os dias nas torneiras das casas, uma série de iniciativas que envolvem infraestrutura adequada e aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos são necessárias.
O gerente operacional da BRK Cachoeiro, Marcos Pontes, explica que para proporcionar a segurança hídrica no município, a concessionária mantém ações como planejamento, controle do uso da água, monitoramento, operação e manutenção de sistemas hídricos, além de medidas para gestão de riscos.
Segundo o gestor, diversas tecnologias possibilitam um monitoramento constante do abastecimento e do tratamento de água, identificando pontos de desperdício ou vazamento e evitando falhas. A concessionária chegou, até mesmo, a realizar um estudo geofísico, em que foram identificadas as principais estruturas geológicas em áreas da BRK no município, para determinar a potencialidade de produção de água subterrânea.
“Realizamos um monitoramento em tempo real da vazão do Rio Itapemirim, do
volume captado e distribuído, bem como o monitoramento dos reservatórios através de telemetria. Também acompanhamos a vazão dos macromedidores, o gerenciamento de pressão das redes e temos um Programa de Redução de Perdas, com uma área operacional específica relacionada a esse tema. Com nossos processos cada vez mais tecnológicos, seguros e eficientes, temos hoje um índice de perdas em torno de 23%, muito abaixo da média nacional de 40%”, afirma Marcos Pontes.
De acordo com o responsável pela área de Tratamento de Água e Efluentes da
BRK, Leonardo Ferreira Samuel, para que o abastecimento esteja seguro em Cachoeiro é necessário que a Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada na Ilha da Luz, receba uma média diária de água de 410 litros de água por segundo. Atualmente, com o período prolongado de chuvas, a vazão média do Rio é de cerca de 170 mil litros por segundo.
Porém, em épocas de poucas chuvas, a vazão fica em torno de 30 mil litros de água por segundo, permitindo que o abastecimento de água à população esteja em condições seguras. A concessionária ainda possui ETAs de menor porte localizadas em alguns distritos do município.
Leonardo Samuel lembra que, mesmo com a menor vazão já registrada no Rio Itapemirim, que chegou a 2,2 m³/s no mês de agosto de 2016, durante uma estiagem prolongada naquele ano, o processo de abastecimento e distribuição de água se manteve operacional, sem que fosse necessário qualquer tipo de intervenção de grande proporção. “Hoje, temos a segurança de ter 46 reservatórios em operação no município, com uma capacidade de reserva de aproximadamente 18 milhões de litros de água para garantir a segurança hídrica à população”, acrescenta.
Além da escassez, excesso de chuva é fator de alerta
Não só a falta de chuvas pode provocar prejuízos ao abastecimento de água. As enchentes dos mananciais também podem comprometer a segurança hídrica. Leonardo Samuel conta que o município passou por uma situação de alerta em janeiro de 2020, quando o nível elevado do Rio Itapemirim fez com que a água invadisse o sistema de bombeamento do reservatório pulmão da BRK.
“Naquele momento, a distribuição de água teve de ser paralisada até o nível do
rio estabilizar em condições seguras, e foi necessária a retirada dos motores elétricos do sistema de bombeamento. Antes de reativar o sistema, também verificamos e garantimos os padrões de potabilidade da água, de forma que o processo de tratamento não foi comprometido. De todo modo, a interrupção do processo de produção da água não foi por um longo período, ao ponto de comprometer o abastecimento local”, afirma.
A partir do episódio, que nunca havia sido vivenciado, a BRK tomou diversas ações preventivas para eventuais situações de similaridade, como: a elevação das contenções a níveis seguros no entorno do reservatório pulmão e da Pequena Central Hidrelétrica (PCH), a instalação de comportas na subestação elétrica, a vedação das caixas de inspeção dos cabeamentos elétricos, a instalação de um sistema de bloqueio que impede o retorno da água do rio pela drenagem pluvial, entre outros.
Atenção às mudanças climáticas e a necessidade de preservação ambiental
As mudanças climáticas e as suas decorrências extremas, que tem se potencializado ao longo dos anos, chamam cada vez mais a atenção para a necessidade da preservação ambiental e do consumo consciente. Alinhada com a Estratégia ESG, sigla em inglês para as diretrizes Ambiental, Social e Governança, a BRK possui um trabalho consolidado na área de Responsabilidade Socioambiental, com foco na educação e conscientização ambiental para a preservação e a proteção dos recursos naturais de Cachoeiro de Itapemirim.
A coordenadora de Comunicação e de Responsabilidade Socioambiental da BRK Cachoeiro, Rosa Malena Carvalho, ressalta que a concessionária incorporou a estratégia ESG às tomadas de decisões, aos seus programas e à prestação de serviços. Dentre as iniciativas em Cachoeiro de Itapemirim, a concessionária mantém programas e ações de conscientização ambiental direcionado a estudantes de diversos níveis de ensino, comunidades e funcionários, além de parcerias com o poder público e a sociedade civil organizada voltadas para a produção de efeitos positivos diretos sobre o meio ambiente.
“Também temos um trabalho intenso por meio de campanhas de comunicação periódicas para orientar a população sobre o consumo consciente, a utilização correta do sistema de distribuição de água e da rede de esgoto, as etapas do processo de tratamento de água e esgoto, entre outros temas, e assim reforçar o senso de pertencimento das pessoas ao meio ambiente e promover a cultura do saneamento. O resultado dessas iniciativas reflete na média de consumo de água pelos cachoeirenses que gira em torno de 145,96 l/hab/dia, ficando abaixo da média nacional de 152 l/hab/dia”, afirma Rosa Malena.